sábado, 27 de diciembre de 2008

Não tenho fé suficiente para ser ateu - Boa Ciência versus Ciência Ruim

É crença comum que o chamado debate criação-evolução (hoje em dia freqüentemente designado debate do projeto inteligente versus naturalismo) está vinculado a uma guerra entre religião e ciência, entre a Bíblia e a ciência, ou entre fé e razão. Essa percepção é perpetuada pela mídia, que, coerentemente, apresenta o debate nos termos do filme O vento será tua herança (Inherit the Wind), de 1960, uma ficção da "experiência do macaco" de John Scopes, de 1925. Você conhece essa descrição. Ela é basicamente assim: aí vêm aqueles religiosos fundamentalistas malucos outra vez, querendo impor sua religião dogmática e ignorando a ciência objetiva.
A verdade é que não existe nada mais distante da verdade. O debate entre a criação e a evolução não é sobre religião versus ciência ou sobre a Bíblia versus a ciência — é sobre boa ciência e ciência ruim. Do mesmo modo, não é sobre fé versus razão — é sobre fé racional em oposição a fé irracional. Você pode ficar surpreso ao descobrir quem está praticando ciência ruim, bem como uma fé irracional.
Infelizmente, na questão da primeira vida, darwinistas como Dawkins e Crick descartam as causas inteligentes antes mesmo de olharem para as evidências. Em outras palavras, suas conclusões são influenciadas pelas suas pressuposições. A geração espontânea por meio das leis naturais tem de ser a causa da vida porque eles não consideram nenhuma outra opção.

A evidência em favor da inteligência e contra o naturalismo é tão forte que proeminentes evolucionistas chegaram até mesmo a sugerir que seres extraterrestres depositaram a primeira vida aqui. Fred Hoyle inventou essa teoria incomum (chamada de panspermia, ou "sementes de todos os lugares") depois de descobrir que a probabilidade de a vida ter surgido por geração espontânea era efetivamente zero (é claro que a panspermia não resolve o problema, mas simplesmente coloca outra questão: quem criou os extraterrestres inteligentes?). Por mais louca que possa parecer essa teoria, pelo menos os defensores da panspermia reconhecem que algum tipo de inteligência deve estar por trás da fantástica maravilha que chamamos vida.

A crença de que a vida na Terra surgiu espontaneamente com base em uma matéria inanimada é simplesmente uma questão de fé num reducionismo profundo e está baseada inteiramente em ideologia. Os darwinistas acreditam falsamente que podem reduzir a vida a seus componentes químicos inanimados. Essa é a ideologia do reducionismo.

Os darwinistas desprezam a conclusão de que a inteligência é imprescindível para a existência da primeira vida, sugerindo que mais tempo permitiria que as leis naturais fizessem seu trabalho. "Dê-lhes vários bilhões de anos, e, por fim, teremos vida". Isso é plausível?

Pode-se dizer que talvez as leis naturais conseguissem fazer isso se lhes déssemos alguns bilhões de anos. Não, elas não conseguiriam. Por quê? Porque, em vez de organizar, a natureza desordena as coisas (o fato de que a natureza leva as coisas à desordem é outro aspecto da segunda lei da termodinâmica).

Vamos supor que você jogue confetes verdes, amarelos, azuis e brancos de um avião que esteja voando a 300 metros acima da sua casa. Quais são as chances de eles formarem a bandeira do Brasil no gramado da sua casa? Muito pequenas. Por quê? Porque as leis da natureza vão misturar ou escolher a esmo os confetes. Você diz: "Dê-lhe mais tempo". Tudo bem, vamos levar o avião a 3 mil metros e dar mais tempo às leis naturais para trabalharem no confete. Isso melhora a probabilidade de que uma bandeira seja formada no seu quintal? Não. Na verdade, um tempo maior faz a formação da bandeira ser ainda menos provável, porque as leis naturais terão mais tempo para fazer o que elas fazem: desorganizar e misturar.
Qual é a diferença em relação à origem da primeira vida? Os darwinistas podem dizer que a segunda lei da termodinâmica não se aplica continuamente aos sistemas vivos. Além do mais, coisas vivas crescem e ficam mais ordenadas. Sim, elas crescem e ficam mais ordenadas, mas elas perdem energia no processo de crescimento. O alimento que entra num sistema vivo não é processado com 100% de eficiência. Assim, a segunda lei também se aplica aos sistemas vivos. Mas essa não é a questão. A questão é: não estamos falando sobre o que alguma coisa pode fazer uma vez que esteja viva; estamos falando em primeiro lugar sobre como obter uma coisa viva. Como a vida surgiu com base em elementos químicos inanimados, sem uma intervenção inteligente, uma vez que os elementos químicos inanimados são suscetíveis à segunda lei da termo dinâmica? Os darwinistas não têm uma resposta, mas apenas fé.

Será possível explicar a incrível complexidade específica da vida por meio do acaso? De jeito algum! Tanto ateus quanto teístas calcularam a probabilidade de a vida ter surgido por acaso com base em elementos químicos inanimados. Os números calculados são astronomicamente pequenos - virtualmente zero. Michael Behe, por exemplo, disse que a probabilidade de se obter ao acaso uma molécula de proteína (que tem cerca de cem aminoácidos) seria semelhante a um homem de olhos vendados encontrar um grão de areia específico na areia do deserto do Saara por três vezes consecutivas. E uma molécula de proteína não é vida. Para obter vida, você precisaria colocar cerca de 200 dessas moléculas juntas!
Essa probabilidade é praticamente igual a zero. Mas acreditamos que a probabilidade é verdadeiramente zero. Por que zero? Porque "o acaso" não é uma causa. O acaso é uma palavra que usamos para descrever possibilidades matemáticas. Ele não tem poder em si próprio. O acaso não é nada. O acaso é aquilo com que as rochas sonham.
Se alguém gira uma moeda, qual é a chance de ela parar com a cara para cima? Nós dizemos que é de 50%. Sim, mas qual é a causa de ela parar com a cara para cima? É o acaso? Não, a causa principal é um ser inteligente que decidiu rodar aquela moeda e aplicar alguma força para fazer isso. As causas secundárias, como as forças físicas do vento e da gravidade, também causam impacto no resultado desse lance. Se conhecêssemos todas essas variáveis, poderíamos calcular antecipadamente qual seria a face que ficaria para o lado de cima. Mas uma vez que não conhecemos todas essas variáveis, usamos a palavra "acaso" para encobrir nossa ignorância. Não deveríamos permitir que os ateus encobrissem sua ignorância com a palavra "acaso". Se eles não conhecem um mecanismo natural por meio do qual a primeira vida possa ter vindo a existir, então deveriam admitir que não sabem, em vez de sugerirem uma palavra sem poder que, naturalmente, não é de modo algum uma causa. ''Acaso'' é simplesmente outro exemplo da ciência ruim praticada pelos darwinistas.

É por essa e outras que eu não tenho fé suficiente para ser ateu.

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