jueves, 20 de noviembre de 2008

Cats, de Andrew Lloyd Webber

Musical de Andrew Lloyd Webber - baseado no livro de T.S Eliot "Old Possu's Book of Practical Cats" - uma coleção de poemas. Apesar de sua morte em 1965, T.S. Eliot recebeu um prêmio Tony póstumo por sua contribuição memorável a este musical de sucesso.
"Cats" se tornou grande símbolo da produção musical moderna, provando que os britânicos tinham o talento para produzir musicais no mesmo nível de excelência e criatividade do melhor da Broadway americana.
"Cats" de Andrew Lloyd Webber estreou no New London Theatre em 11 de maio de 1981 com um elenco que incluía: Elaine Paige, Brian Blessed, Paul Nicholas, Wayne Sleep, Sarah Brightman e Bonnie Langford. Neste teatro ficou em cartaz até 11 de maio de 2002, ou seja, 21 anos. Estreou na Broadway de Nova York em 7 de outubro de 1982.
O musical Cats não tem um enredo propriamente dito. A magia de peça está em torno dos figurinos e cenários onde atores se passam verdadeiramente por felinos. Os gatos dançam, cantam e contam suas estórias. Tudo é encantador e a trilha sonora tem preciosidades como a mundialmente famosa canção Memory.


Memory

Midnight
Not a sound from the pavement
Has the moon lost her memory?
She is smiling alone
In the lamplight
The withered leaves collect at my feet
And the wind begins to moan

Memory
All alone in the moonlight
I can smile at the old days
I was beautiful then
I remember
the time I knew what happiness was
Let the memory live again
Every streetlamp
Seems to beat a fatalistic warning
Someone mutters
And the streetlamp gutters
And soon it will be morning
Daylight
I must wait for the sunrise
I must think of a new life
And I musn't give in
When the dawn comes
Tonight will be a memory too
And a new day will begin

Burnt out ends of smoky days
The stale cold smell of morning
The streetlamp dies, another night is over
Another day is dawning
Touch meIt's so easy to leave me
All alone with the memory
Of my days in the sun
If you touch me
You'll understand what happiness is
Look
A new day has begun

O que é importante para você?

Perguntou-me, sem preâmbulo, como se fora o fruto de um problema muito tempo meditado em silêncio:
- Um carneiro, se come arbusto, come também as flores?
- Um carneiro come tudo que encontra.
- Mesmo as flores que tenham espinho?
- Sim. Mesmo as que têm.
- Então. . . para que servem os espinhos?
Eu não sabia. Estava ocupadíssimo naquele instante, tentando desatarraxar do motor um parafuso muito apertado. Minha pane começava a parecer demasiado grave, e em breve já não teria água para beber. . .
- Para que servem os espinhos?
O principezinho jamais renunciava a uma pergunta, depois que a tivesse feito. Mas eu estava irritado com o parafuso e respondi qualquer coisa:
- Espinho não serve para nada. São pura maldade das flores.
- Oh!
Mas após um silêncio, ele me disse com uma espécie de rancor:
- Não acredito! As flores são fracas. ingênuas. Defendem-se como podem. Elas se julgam terríveis com os seus espinhos ... Não respondi. Naquele instante eu pensava: "Se esse parafuso ainda resiste, vou fazê-lo saltar a martelo". O principezinho perturbou-me de novo as reflexões:
- E tu pensas então que as flores ...
- Ora! Eu não penso nada. Eu respondi qualquer coisa. Eu só me ocupo com coisas sérias
Ele olhou-me estupefato:
- Coisas sérias !
Via-me, martelo em punho, dedos sujos de graxa, curvado sobre um feio objeto.
- Tu falas como as pessoas grandes!
Senti um pouco de vergonha. Mas ele acrescentou, implacável:
- Tu confundes todas as coisas ... Misturas tudo !
Estava realmente muito irritado. Sacudia ao vento cabelos de ouro:
- Eu conheço um planeta onde há um sujeito vermelho, quase roxo. Nunca cheirou uma flor. Nunca olhou uma estrela. Nunca amou ninguém. Nunca fez outra coisa senão somas. E o dia todo repete como tu: "Eu sou um homem sério! Eu sou um homem sério!" e isso o faz inchar-se de
orgulho. Mas ele não é um homem; é um cogumelo!
- Um o quê?
- Um cogumelo!
O principezinho estava agora pálido de cólera.
- Há milhões e milhões de anos que as flores fabricam espinhos. Há milhões e milhões de anos que os carneiros as comem, apesar de tudo. E não será sério procurar compreender por que perdem tanto tempo fabricando espinhos inúteis? Não terá importância a guerra dos carneiros e das flores? Não será mais importante que as contas do tal sujeito? E se eu, por minha vez, conheço uma flor única no mundo, que só existe no meu planeta, e que um belo dia um carneirinho pode liquidar num só golpe, sem avaliar o que faz, - isto não tem importância?!
Corou um pouco, e continuou em seguida:
- Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla. Ele pensa: "Minha flor está lá, nalgum lugar. . . " Mas se o carneiro come a flor, é para ele, bruscamente, como se todas as estrelas se apagassem! E isto não tem importância!

Trecho retirado de "O Pequeno Príncipe"